Obras de reparo no Lago do Amor avançam em pleno feriadão
Reconstrução da barragem está sendo feita ao mesmo tempo em que ocorrem os preparativos para instalação de um novo vertedouro

Aproveitando uma rara estiagem em Campo Grande, as obras de reconstrução da barragem do Lago do Amor, na avenida Filinto Müller, estão avançando em pleno feriadão de Tiradentes. Na manhã desta sexta-feira, máquinas e cerca de duas dezenas de operários estavam a pleno vapor.
As obras começaram no dia 3 de abril e o contrato prevê que estejam concluídas em quatro meses, mas a empresa responsável pelos trabalhos espera que tudo esteja concluído antes disso. O contrato inicial assinado com a empreiteira CCO prevê desembolso de R$ 3,8 milhões para recompor a barragem e a instalar um novo vertedouro.
E foram justamente os trabalhos para instalação desta nova tubulação para aumentar a vazão da água que mais avançaram até agora. Centenas de toneladas de terra foram depositadas dentro do lago, o que tem despertado a curiosidade de quem passa pela região.
Técnicos explicam que esta espécie de ilha que foi implantada no lago será utilizada como base de trabalho para instalar um terceiro vertedouro, em um nível um pouco acima daqueles que já existem. Com isso, quando a água subir ela vai escoar por esta nova tubulação e a chance de transbordamento será menor.
Porém, esse novo vertedouro não garante o fim dos transbordamento. A solução seria o desassoreamento de todo o lago. Desde 2008 a situação da represa é monitorada pelo Laboratório de Hidrologia, Erosão e Sedimentos (Heros), da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e pela Hidrosed Engenharia.
E conforme estudos feitos pelo Heros, em 14 anos o reservatório acumulou 88 mil metros cúbicos de sedimentos, o que equivale a cerca de 37 mil caçambas (5 metros cúbicos cada) de terra. Neste estudo não estão incluídos os sedimentos que ficaram retidos antes disso.
Conforme o estudo, o “tempo de vida” do lago é de aproximadamente 15 anos, caso o assoreamento não seja estancado rapidamente. O estudo aponta ainda que a capacidade de armazenamento de água caiu em 45% neste período. Em 2008 era possível armazenar 196.651 metros cúbicos. Agora, essa capacidade caiu para cerca de 108.725 metros cúbicos. Por conta disso, rapidamente transborda.
Barragem
Mas, a obra principal no lago é a reconstrução da barragem, que começou a ruir com as fortes chuvas do dia 4 de janeiro. Depois disso ocorreram pelo menos outros três transbordamentos e os estragos aumentaram.
Agora, o primeiro passo foi abrir passagem para as máquinas ao longo da barragem e começar a construir a base para instalação do novo dique. Na manhã desta sexta-feira, operários preparavam estacas de aço (trilhos de ferrovia) que serão usadas nesta base.
A meteorologia prevê estiagem até segunda-feira e mesmo depois disso a probabilidade de chuva é baixa. E a esperança dos engenheiros é de que finalmente haverá condições climáticas favoráveis para que os trabalhos avancem num ritmo mais acelerado, já que nas três primeiras semanas do mês choveu em pelo menos a metade dos dias.