No julho mais quente dos últimos 62 anos, temperatura máxima da Capital subiu 1,7°C
Onda de calor e tempo seco aflige Mato Grosso do Sul, com umidades relativas em níveis entre 15 e 25% e, na maioria do Estado, chuvas ficaram abaixo de 10 mm/mês

Naquele que é descrito como julho mais quente já registrado, desde 1961, Campo Grande aparece, entre seis capitais, como um dos maiores aumentos na temperatura (+1,7°C), sendo que a média das temperaturas máximas observadas no último mês foi de 29,2°C para Mato Grosso do Sul.
Vale destacar que, conforme boletim do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec), o dia mais quente do Estado no mês passado foi justamente o 31 de julho, quando os termômetros bateram os 35,9°C em Porto Murtinho.
Quanto ao tempo seco no último mês, os dados apontam para uma média de 15% na umidade relativa do ar, registrada em 25 de julho, em Sonora.
Ainda conforme os dados do Cemtec, unidades como Miranda e Aquidauana passaram por julho sem uma gota de chuva sequer, enquanto a precipitação acumulada mensal na Capital ficou 87% abaixo da média histórica para o município, figurando na casa de 5,4 mm no mês.
Como frisa o Instituto Nacional de Meteorologia, a média história da Normal Climatológica – entre 1981 e 2010 – gira na casa de 35,7 mm em Campo Grande. Ainda julho também se destaca como um dos únicos meses com desvio de chuva abaixo da média.
Ainda, a Capital caiu de três dias para apenas um único com chuva significativa em julho, segundo o Inmet, totalizando os 4,6 mm registrados na manhã do dia 14.

Entre as capitais com aumento na média de temperaturas máximas, Campo Grande é seguida por:
- Porto Alegre (RS): + 1,3 ºC
- Salvador (BA): + 1 ºC
- São Paulo (SP): + 0,8 ºC
- Belo Horizonte (MG): + 0,8 ºC
- Aracaju (SE): + 0,1 ºC
Diante desse tempo seco, a previsão de chuva para o chamado “Trimestre ASO” (agosto, setembro e outubro), conforme o Cemtec, deve ficar dentro da médica histórica em todo o Mato Grosso do Sul, com leve desvio de aumento para a região localizada ao extremo sul do Estado.
Riscos à saúde
Entre os problemas decorrentes da baixa umidade do ar encontram-se:
– Complicações alérgicas e respiratórias devido ao ressecamento de mucosas;
– Sangramento pelo nariz;
– Ressecamento da pele;
– Irritação dos olhos;
– Aumento do potencial de incêndios em pastagens e florestas.
Como esclarece a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDEC/MS), conforme a chamada “Escala psicrométrica”, que traz a classificação dos estados de criticidade relativos à umidade relativa do ar, entre 21 e 30% considera-se um “estado de atenção”.
Nessa situação é necessário evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11 e 15 horas; umidificar o ambiente por meio de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água, molhamento de jardins, etc.
Além disso, recomenda-se um elevado consumo de água e, sempre que possível, permanecer em locais protegidos do sol.
Já para o chamado “estado de alerta”, quando a umidade relativa figura entre 12 e 20%, os cuidados a serem tomados envolvem a não realização de exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre 10 e 16 horas, além da recomendação do uso de soro fisiológico para olhos e narinas.
Via Correio do Estado