Cartões-postais de MS atraem corredores com percursos bonitos e desafiadores
Trilhas natureza adentro pelo Estado são cada vez mais procuradas pelos fãs do esporte

A satisfação de percorrer vários quilômetros com as próprias pernas, o vento no rosto e um cenário incrível para contemplar. É essa combinação que corredores vêm buscando natureza adentro pelos cartões-postais de Mato Grosso do Sul, explorando sempre novos lugares.
Trilhas existentes em Aquidauana, Bonito, Bodoquena e Campo Grande são as mais populares. Abrir novos percursos pode não ser bom para o ecossistema da região e nem seguro para quem vai correr, por isso, geralmente se aproveitam percursos já traçados pelo interior de propriedades rurais ou de parques de conservação.
Desde 2016, Carlos Porto organiza corridas de natureza no Estado. Ele explica que os caminhos costumam ser os mesmos utilizados para a passagem de animais. “É muito comum aproveitarmos a mesma trilha utilizada para levar o gado, por exemplo”, afirma.
Mas a medida que essa proposta no esporte mantém adeptos fiéis e recebe novos, cresce o interesse em incluir novos roteiros. Greik Goulart, também organizador de corridas em Mato Grosso do Sul, revela que prepara um desafio em pleno Pantanal. Estão em andamento pedidos de autorizações e licenças junto à prefeitura e Marinha para que corredores percorram a Área de Proteção Ambiental (APA) Baía Negra do município de Ladário. “Tudo seguro e com zero impacto para a região, em trilha na Estrada-parque Pantanal. Vemos um grande potencial”, ele adianta.
Sócia de uma empresa que trabalha em parceria a organizadores de corrida em Mato Grosso do Sul, Talita Cardoso confirma que é mesmo crescente a procura por correr nos mais diferentes cartões-postais do Estado. Coordenadora de cadastro nacional de corridas e corredores, ela informa que 74 mil pessoas no banco de dados se identificam como sul-mato-grossenses. “É muita gente. E são de praticamente de todos os municípios daqui”, complementa.
Dificuldades e surpresas
Diferente da esteira ou do asfalto, na corrida de natureza se passa por trilhas com terrenos acidentados e alguns aclives e declives acentuados, o que a torna bem mais desafiadora. Iniciantes, no entanto, conseguem participar correndo pelos caminhos mais curtos. Diferentes distâncias são definidas para contemplar tanto amadores quanto profissionais, com diferentes níveis de preparo.
Em alguns casos, os corredores têm a surpresa de ter que atravessar cursos d’água ou área alagada. Não é problema para a maioria deles e nem considerado um obstáculo natural. “Recentemente, na Serra da Bodoquena, os corredores saíram da trilha seca e entraram na trilha molhada, atravessando três rios com água na canela e passando pelo cânion da região. É uma ótima surpresa e estimula a conservação da natureza por meio da ocupação dos espaços para um esporte sem impacto”, relata Carlos Porto.
Em alguns desafios, quando é possível, os organizadores se preocupam em envolver a comunidade local e ajudar a movimentar o comércio da região. “Alguns almoçam em propriedades e compram produtos produzidos pelas pessoas que vivem lá. Um exemplo é a comunidade quilombola Furnas do Dionísio”, acrescenta também Porto.
Suporte e estrutura limpa
Outra preocupação é oferecer uma estrutura que não deixe rastros de sujeira nos locais acessados e dar apoio à saúde e segurança aos corredores. Carlos Porto e Greik Goulart afirmam que promovem eventos com responsabilidade ambiental fazendo parcerias com empresas que recolhem lixo, usando de cal ou fitas de fácil remoção para demarcar percurso e conscientizando os corredores sobre comportamentos incompatíveis com o uso daqueles locais para o esporte.
Em relação à saúde e segurança dos corredores, citam ainda a disponibilidade de equipes, pontos de hidratação, chips para cronometragem e geolocalização e disposição de ambulâncias.
Fonte: Midiamax