Escolas municipais terão botão do pânico para evitar ataques

O recurso será disponibilizado por meio de aplicativo, que poderá ser utilizado por professores e coordenadores da Rede Municipal de Ensino de Campo Grande

Atualidades | 30 de maio de 2023, por redacao@radar67.com.br

Após casos recentes de violências nas escolas da Capital, ontem a Prefeitura de Campo Grande deu início à fase de testes do aplicativo digital Escola + Segura. A plataforma, tal como um botão do pânico, acionará a Guarda Civil Metropolitana (GCM) em casos de emergência, ataques ou conflitos nas unidades escolares.

De acordo com a prefeitura, os usuários desse aplicativo serão definidos pelas equipes gestoras da Secretaria Municipal de Educação (Semed) e da Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social (Sesdes). 

Nesse período de testes, o dispositivo já vem sendo utilizado por professores, diretores, agentes de apoio à segurança e guardas-civis. Segundo a prefeitura da Capital, o aplicativo não será utilizado pelos alunos.

Além de acionarem o botão de segurança, os usuários desse sistema poderão, nas escolas, enviar sua geolocalização e um áudio momentâneo de até cinco segundos para comunicar determinada situação de risco no ambiente escolar, sendo essas informações essenciais para as equipes de segurança, que as receberão em tempo real.

O objetivo da criação do aplicativo é promover a segurança nas escolas, além de poder acionar a GCM de maneira rápida e eficaz, principalmente em casos de ataques e violência nas unidades de ensino campo-grandenses.

Não há um limite preestabelecido pela Agência Municipal de Tecnologia da Informação e Inovação (Agetec) com relação à quantidade de pessoas, isto é, de contas ativas, que podem utilizar o aplicativo por unidade escolar.

De acordo com a Agetec, os detalhes de quem terá acesso dentro das escolas municipais serão definidos pela Semed.

“O usuário deverá baixar o aplicativo na loja, realizar um cadastro inicial, no qual deverá preencher dados importantes para sua identificação, seja pelas unidades municipais, seja pelos seguranças responsáveis”, informou a assessoria de imprensa da agência, em nota.

“Após a realização desse cadastro, em conformidade com o perfil escolhido, as equipes gestoras da ferramenta nessas unidades farão a análise das informações para validar aquele usuário como ativo”, explicou a Agetec.

Segundo a prefeitura, o cadastro contendo informações como o preenchimento de matrícula, por exemplo, evitará a utilização do aplicativo por quem não tem autorização ou por quem não se enquadra nas diretrizes de utilização da ferramenta, como, no caso, os estudantes.

O aplicativo já está disponível para download na Play Store. De acordo com a prefeitura, já são mais de 100 contas que baixaram o aplicativo de segurança.

Ampliação do APP

Conforme informou a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, em pronunciamento feito na manhã de ontem, durante uma agenda administrativa, as escolas municipais e também as particulares podem utilizar a plataforma.

“Ele [o aplicativo] já está em funcionamento, e agora nós aprimoramos para também fornecê-lo para escolas particulares, outras cidades e outros estados. Como deu muito certo no município, a gente quer doá-lo para escolas particulares e outras cidades”, afirmou Adriane Lopes.

O secretário especial de Segurança e Defesa Social de Campo Grande, Anderson Gonzaga, também citou durante o evento a importância da comunicação entre o usuário que acionou o botão do pânico e os guardas municipais.

“A pessoa que estiver acionando passa uma prévia do que está acontecendo no local, em áudio. Quem estiver recebendo, vai ouvir cinco segundos desse mesmo áudio. Quando a viatura se deslocar até o local, [os agentes] já vão saber mais ou menos o que está acontecendo”, detalhou.

Ataque a escola

No fim da manhã do dia 18, um adolescente, que estava armado com quatro facas e uma marreta dentro de sua mochila, esfaqueou uma mulher que deixava o filho na Escola Municipal Bernardo Franco Baís, na Avenida Calógeras, em Campo Grande.

Conforme informações da Polícia Civil, em depoimento, o adolescente argumentou que o alvo principal da agressão não era a mulher, e sim três ex-colegas que teriam cometido abusos contra ele quando ainda estudava na unidade escolar.

O Corpo de Bombeiros Militar esclareceu que o suspeito foi contido antes de entrar na área das salas de aula por um guarda municipal e por um instrutor de badminton.

Vestido com o característico uniforme de cor verde da Rede Estadual de Ensino (REE), o adolescente foi até a antiga escola para realizar o ataque, que ocorreu perto da secretaria da unidade.

Fonte: Correio do Estado