Militares voluntários de MS são enviados para “trabalho de formiguinha” no Rio Grande do Sul
Uma equipe do Corpo de Bombeiros irá nesta sexta-feira, juntamente com as embarcações para fazer o salvamento dos cidadãos da cidade de Monte Negro

Bombeiros militares de Mato Grosso do Sul voluntários, especialistas em salvamento aquático, mergulhadores e um médico partem na manhã desta sexta-feira (3), de Campo Grande, para auxiliar no salvamento da cidade de Monte Negro, no Rio Grande do Sul.
De acordo com comandante, Coronel Frederico Reis Pouso Salas, no primeiro momento, serão enviados 9 militares em duas viaturas e dois barcos.
“Através da LIGABOM, que é o conselho de Comandantes-Gerais de Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares dos Estados e do Distrito Federal foi feita uma Central Gerenciamento de Crise no qual determinaram que o estado de MS disponibilizasse a aeronave e o equipamento para auxiliar na cidade de Monte Negro que fica a 1.440km de Campo Grande e está com 80% da cidade submersa. É uma região muito crítica que a gente vai apoiar as forças militares”.
Num segundo momento serão enviados dois binômios (militar com cão farejador de resgate). Por falta de local de pouso na cidade, a aeronave com quatro militares deve partir de Campo grande no período da tarde desta sexta-feira (3). Ao todo 15 voluntários estarão na ação prestando apoio ao Corpo de Resgate de Rio Grande do Sul.
“Para salvamento de muitas pessoas ilhadas, o serviço é de formiguinha, não tem teto para aeronave no Rio Grande do Sul. Vamos nas embarcações casa por casa retirando as pessoas e nosso médico vai auxiliar o hospital de campanha lá
Conforme levantamento da Central de Gerenciamento de Crise até domingo (5), a chuva deve continuar crítica com danos crescentes, por isso a expectativa é de que as equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul fiquem na cidade de Monte Negro por 10 dias,
“Previsão é que nossa chegada seja amanhã, as condições saõ precárias, pois não tem infraestrutura na cidade, onde a gente vai ficar. Nossa recomendação é para aguardar as outras guarnições por questão de logística do terreno, controlando o fluxo para não ter uma superlotação”.
Já o Capitão, Rodrigo Alves Bueno, ressaltou que as vagas para a viagem foram preenchidas rapidamente e muitos voluntários ficaram na fila de espera para uma próxima oportunidade.
Rio Grande do Sul
Até o momento 235 municípios foram afetados pelas chuvas e mais de 7 mil pessoas estão desabrigadas e 74 desaparecidas. Ainda conforme último boletim da Defesa civil divulgado na manhã desta sexta-feira (3), pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 31 óbitos foram confirmados.
Com relação às barragens, após o rompimento parcial da barragem 14 de Julho em Bento Gonçalves, outras duas continuam sendo monitoradas sob risco.
A Barragem de São Miguel próxima a Bento Gonçalves e a Barragem Blang no Rio Caí próximo de São Francisco de Paula, estão sob vigilância.
A condição climática intensa no Rio Grande do Sul começou em 26 de abril, quando o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de tempestades para o estado, mas o cenário foi se agravando ao longo dos dias e o governador Eduardo Leite decretou estado de calamidade na noite de quarta-feira (1°).
Em transmissão virtual realizada na noite de quinta-feira (2), o governador Eduardo Leite alertou para a rápida elevação observada nas últimas horas no Guaíba, em Porto Alegre, que pode atingir quatro metros ao longo da madrugada de sexta-feira (3), podendo chegar a cinco metros até sábado. Caso a previsão se confirme, essa será a maior cheia da história da capital gaúcha, superando a enchente registrada em 1.941.
E a previsão é de que a condição se mantenha até o sábado (4) com acumulados que podem chegar até 400 milímetros.
Via JD1Notícias