Reformada, Casa do Artesão transpira cultura na Avenida Afonso Pena

Local possui toda a história e cultura sul-mato-grossense

Cultura | 20 de março de 2023, por redacao@radar67.com.br

Endereço de encontro para quem procura levar a história e a cultura de Mato Grosso do Sul para terras forasteiras através dos bugrinhos, as artes em osso, madeira, cerâmica kadiwéu, terena, e das mais diversas, assim é a Casa do Artesão, prédio que transpira cultura.

Reinaugurada nesse domingo (19), a Casa do Artesão recebeu investimento de R$ 2,5 milhões do programa “Retomada MS”, do Governo Estadual, para ser totalmente revitalizada. O titular da Secretaria Estadual de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania (Setescc), Marcelo Miranda, pontua o quanto o atrativo turístico vai ao encontro da proposta do Governo Riedel.

“Trabalhando a transversalidade, que tanto o governador Eduardo Riedel nos cobra, aqui estamos unindo cultura e turismo para valorizar a arte de Mato Grosso do Sul. Para as pessoas que vêm de fora, estamos colocando este local no roteiro turístico, mas é importante também dar visibilidade para que o povo do Estado tenha a Casa do Artesão como ponto de visitação”, ressalta Marcelo.

O local foi sede da primeira agência do Banco do Brasil de Campo Grande, e viu a partir dali a cidade evoluir. Construído entre 1928 e 1923, sob as ordens de Francisco Cetraro e Pasquele Cândida, com projeto do engenheiro Camilo Boni, o prédio só foi destinado ao artesanato em setembro de 1975.

No teto foi realizado todo um trabalho de reidratação e reestruturação de madeiras entalhadas a mão, e o gradil que estava enferrujado, agora brilha graças à limpeza e estabilização. A parede de tijolos à vista com cerâmica exalta os quatro elementos: água, ar, terra e fogo. “Além da alma do oleiro, do ceramista. Aqui nós mostramos a fisiologia do edifício, que como nosso corpo, não é oco”, compara Sarasá.

Entre poesia, arquitetura, restauro e conservação, a história não passa batido, pois logo no centro da casa aparece o antigo cofre que outrora guardou o dinheiro de uma cidade.

No amplo salão da casa, mobiliários que prestigiam a venda de artesanato genuinamente sul-mato-grossense, estão onças e indígenas em cerâmica, capivaras e santas em madeira, colares, bolsas, camisetas, peças que trazem consigo toda trajetória terena e kadiwéu, oratórios, imãs, chaveiros. Por onde se olha, se encontra arte. Todas elas etiquetadas, com valor e o nome de quem criou.

A gerente de artesanato da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), Katienka Klain, relembra que a ideia do restauro deu os primeiros passos lá em 2007, seguida de inúmeras tentativas de captar recursos junto a editais. Até que em 2016, o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul anunciou que bancaria com recursos 100% próprios o sonho de cada um dos 4 mil artesãos registrados no Estado.

“Nossa grandiosidade é que o dinheiro foi investido nos artesãos e na cultura sul-mato-grossense”, agradece.

Em baixa temporada, a Casa do Artesão rende cerca de R$ 80 mil aos trabalhadores, já em épocas de férias, o valor chega a R$ 300 mil. “Isso gera economia, geração de renda, tem artesão que só deixa peça aqui e consegue ficar em casa, só produzindo, porque a parte comercial está aqui”, explica a gerente de artesanato .

Por trás das duas mil peças que a Casa expõe têm pelo menos 800 artesãos. “Que levam um pouquinho da nossa história de Mato Grosso do Sul e de Campo Grande para o mundo”, completa o diretor-presidente da Fundação de Cultura, Max Freitas.

Serviço: A Casa do Artesão funciona na Avenida Calógeras, 2050, esquina com a Avenida Afonso Pena. O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h e aos sábados, das 8h às 16h.