Retorno de impostos sobre combustíveis puxa a alta da inflação na Capital
Em março, a inflação registrou alta de 0,68% em relação ao mês anterior

Em Campo Grande, a inflação de março de março registrou alta de 0,68% em relação ao mês anterior, número que ficou 0,14 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de fevereiro (0,54%).
Em um ano, a inflação de Campo Grande acumulou alta de 1,64% e, nos últimos 12 meses, de 3,54%, abaixo dos 4,61% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2022, a variação havia sido de 1,73%.
Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Impactos
Conforme os dados divulgados, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados em Campo Grande, cinco tiveram alta de preços em março.
O maior impacto (0,54 p.p.) e a maior variação (2,58%) no índice do mês vieram de Transportes.
A alta no grupo Transportes é impulsionada pelos combustíveis, com destaque para a gasolina (7,17%), subitem com maior impacto individual no índice do mês (0,46 p.p.). O etanol (1,04%) também subiu, enquanto o óleo diesel (-2,41%) continuou em queda.
Além disso, as passagens aéreas, que já haviam recuado 13,84% em fevereiro, caíram 7,54% em março, e as tarifas de ônibus urbano, na capital, tiveram aumento de 5,68%.
O analista da pesquisa, André Almeida, explica que também houve o peso dos impostos.
“Os resultados da gasolina e do etanol foram influenciados principalmente pelo retorno da cobrança de impostos federais no início do mês, estabelecido pela Medida Provisória 1157/2023. Havia, portanto, a previsão do retorno da cobrança de PIS/COFINS sobre esses combustíveis a partir de 1º de março”, disse.
Na sequência, o impacto foi em Vestuário (1,28%) e Despesas pessoais (0,57%), que desaceleraram ante o mês anterior, contribuindo com 0,06 p.p. e 0,05 p.p, respectivamente.
Segundo o IBGE, roupas femininas, masculinas e calçados e acessórios puxam alta do grupo Vestuário no mês de março, principalmente, o subgrupo calçados e acessórios, com a maior variação (2,26%) e o maior impacto (0,028 p.p.) no grupo.
Por outro lado, o valor positivo foi impulsionado pelo aumento dos subitens sapatos femininos (3,6%), tênis (2,79%) e sapato masculino (2,51%). Apenas o índice do item Joias e bijuterias teve queda no mês corrente, com -1,79%.
Os demais grupos ficaram entre o -0,73% de Artigos de residência e o 0,55% de Saúde e cuidados pessoais.
A pesquisa
Conforme divulgado pelo IBGE, para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 1º a 29 de março de 2023 (referência) com os preços vigentes no período de 28 de janeiro a 28 de fevereiro de 2023 (base).
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.
Brasil
Em âmbito nacional, o IPCA de março foi de 0,71% e ficou 0,13 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de fevereiro (0,84%).
No ano, o IPCA acumula alta de 2,09% e, nos últimos 12 meses, de 4,65%, abaixo dos 5,60% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2022, a variação havia sido de 1,62%.
Fonte: Correio do Estado